Foto: via stripesandcolor.blogspot.com
Não tem jeito, em Porto Velho tem um assunto mais falado que o BBB. Todos os sites falam disto, nas ruas, soltando papagaio, a garotada comenta, no bar da esquina, enquanto a saideira não chega, a galera reclama, na fila do banco, na lotérica, no self-service, na sexta-feira do Mercado Cultural, o papo geral é a tarifa do ônibus.
Sendo assim, não poderia eu deixar de dar também o meu pitaco...
É certo que o valor da tarifa do transporte público coletivo em Porto Velho é cara, ainda mais quando consideramos a qualidade do serviço prestado. Porém, faço uma análise diferente da que tem sido feita, em regra, na cidade. Não me preocupa prioritariamente eleger um culpado, penso que é preciso entender o processo que está por trás dessa discussão. Mais uma vez está acontecendo a boa e velha luta entre o poder econômico e sociedade organizada.
Isto é assim porque a maioria das pessoas queixa-se, privadamente, e até chega a reclamar com o colega do lado, mas, dificilmente, permite-se, efetivamente, dedicar-se ao debate, à discussão. Não me parece difícil antever o resultado dessa luta, afinal, de um lado as empresas com suas planilhas, números e todos os argumentos possíveis a fundamentar sua posição. Do outro, uma sociedade (des)organizada que, com significativos argumentos a seu favor e portador imensa e incontestável força, sequer conseguiu manifestar claramente sua insatisfação, que não teve atitude eficaz diante do rald, até agora, decisivo.
Isto, a meu ver, tem muitas razões e uma em especial. Refiro-me ao dilema que algumas das principais lideranças mobilizadoras de nossa sociedade ainda parecem viver, aquele que foi notado em alguns momentos durante os 08 (oito) anos do governo Lula. A cruel dúvida vivida por lideranças de partidos de esquerda: Sou movimento popular ou administração? A mim parece que deveriam seguir a orientação do ex-Presidente Lula que, mesmo na condição de mandatário da nação, sempre disse que era preciso que o movimento popular fizesse a pressão, porque isto ajudaria o governo, que sofre pressão também do outro lado, a adotar o melhor caminho.
Ou seja, não importa se o governo é do PT, DEM, PCdoB, PSDB, outro qualquer outro, é preciso que o movimento cumpra seu papel, faça a luta, mobilize o Povo, seja a voz das ruas.
Se isso não for feito, prevalecerá a vontade do sempre organizado e sedutor poder econômico. Prova disto é a manifesta defesa do ex-sindicalista, agora secretário da SEMTRAM, a favor do reajuste.
A decisão da Administração Municipal será resultado desta disputa e não da vontade particular de quem quer que seja, é preciso fazer o bom combate.
Há esperança no ar... Mas é preciso realmente mobilizar e fazer valer a vontade do Povo.
Se não for assim, de ônibus não vou!
Bem...eu acho que vc esta certo, somos realmente (des)organizados como vc diz. Mais quero também dizer algo aqui, na manifestação que foi "organizada" ano passado, lutamos, reclamamos, e num entanto não adiantou NADA, esse ano eu percebi que já não havia a mesma quantidade de gente do ano passado, o povo tá cansado, aqui o que prevalece é só quem pode pagar mais, e o povo?
ResponderExcluirO povo tem sofrido cada vez mais na mão "deles", o transporte público não é a única coisa ruim dessa cidade, a saúde, a educação, a segurança, Porto Velho quer se comporta como uma cidade desenvolvida com SP mais na verdade não esta preparada pra isso e tudo aqui tá virando um "caus"
Não contesto sua razão. Mas a acomodação é a pior opção possível. Marx já dizia que um dos requisitos para a mobilização da classe operária é aquilo que ele chamou de condições objetivas, ou seja a existência que situações concretas, reais que fazem o povo precisar reagir, penso que esta é uma situação. Portanto, deveria servir do força pra ampliar a luta.
ResponderExcluirQuanto os demais males de nossa PVH, creio q não são exclusividade nossa, sei que a cidade avançou muito ultimamente, porém ainda tem um longo caminho a percorrer e, sem dúvida, a efetiva organização popular tem papel fundamental nisto.
No lugar das leis de Marx, eu prefiro as do mercado. Se o transporte público daqui não fosse um monopólio, com certeza não estaríamos nesse estado de coisas. No entanto, há um monopólio que, entra prefeito, sai prefeito, continua mandando e desmandando no transporte urbano de Porto Velho. Por outro lado, os empresários do setor alegam que os gastos com a manutenção dos ônibus são muito altos. Olhando para as ruas de nossa capital, entendo esse posicionamento. Nosso prefeito, ex-líder sindical, parece não entender do que realmente nossa gente precisa... Gasta milhões em praças e propagandas... Sobre Marx, eu adoro: principalmente Grucho e Harpo...
ResponderExcluir