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domingo, 12 de junho de 2011

Na greve, sem parar de remar!

Imagem via Google/Imagens


Tenho vivido dias muito especiais. A última semana foi marcada pelo início da greve Nacional dos servidores do MPU. Foi de arrepiar ver servidores do país inteiro demonstrando sua insatisfação com o tratamento recebido por parte da Administração e do Governo Federal.
Não há dúvidas de que a buscada valorização dos servidores do MPU é um grande desafio. Olhando pro Rio Madeira, imagino essa nossa luta como o esforço dos beradeiros que remam em sua canoa, firmemente, pra ir de margem a margem. Eles sabem da dificuldade, sentem a força da correnteza, muitas vezes os braços, cansados pela dureza dos movimentos, clamam para parar, mas aqueles homens e mulheres sabem que, iniciada a travessia, o combate, não se pode desistir até que se chegue à vitória, à outra margem.
Parar de remar é abrir mão de alcançar o objetivo, é deixar-se arrastar pela correnteza rumo à desesperança, o afogamento. Retornar para margem de onde se veio é, já não possuindo a energia da partida e já tendo sofrido os efeitos dos esforços já desprendidos, torná-los feitos em vão e, portanto, pôr-se em situação pior do que aquela vivida antes do início da batalha com o rio.
Em nossa travessia, a primeira margem é a desvalorização, o sucateamento do MPU, o descaso da Administração, nossa própria apatia e a desesperança; e a outra margem é a valorização, a justiça, a auto-estima, finalmente recuperada, um MPU forte e o prazer de fazer parte de tão fundamental instrumento de defesa da sociedade.
Nossa canoa está no rio, com a greve partimos firmes em busca da vitória na outra margem, somos muitos e somente com sincronia e trabalho conjunto, além do esforço e perseverança de cada um e cada uma, será possível vencer os desafios do caminho. Estamos no meio do rio e, neste momento, o mais importante é alcançar o objetivo, é menos relevante o veículo que, na outra margem, por ela nos permitirá seguir na jornada, antes é preciso chegar. Há mais de uma possibilidade, muitos que agora remam já escolheram como querem continuar a jornada, outros não, porém, neste momento em que todos estamos juntos com a canoa no meio do rio, o que realmente importa é continuar remando, neste instante é preciso vencer a correnteza, formada pela pressão da Administração, as ameaças de todas as ordens, e tantas outras forças que contra nós se colocam; precisamos superar o cansaço dos braços, da mente, a impressão de que não teremos força para vencer.
É..., não tenho a menor dúvida, se defensores do subsídio e do modelo atual não remarem juntos agora, não haverá uma nova remuneração e, portanto, o modelo preferido não terá importância.
Agora, no meio do rio, não podemos fraquejar, desistir não é uma opção diferente da condenação ao fracasso. Precisamos ter a sabedoria e a força dos beradeiros que, quando estão remando, não estão preocupados se, na outra margem seguiram a pé, a cavalo ou de carro, pois sabem que, se não remarem todos juntos, sequer chegarão e, portanto, não haverá depois.
A greve é nossa canoa e a luta não pode parar! Seguimos, pois, firmes à vitória!

2 comentários:

  1. Em Brasília, ao final da última semana o movimento terminou bem menor que no dia 8 de junho, com uma série de defecções. Falta liderança, organização e estratégia. Nesta segunda, o Roberto Negri postergou em um dia a reunião com o Vice Procurador Geral do Trabalho. Houve lugar em que as vans não chegaram. Água e estrutura vieram depois. Os servidores têm sentido e têm voltado ao trabalho. Precisamos de socorro. Dizem que você é um dos melhores dirigentes dentro do SINASEMPU. Caso seja verdade, sua presença deve se dar no Distrito Federal, na principal frente de batalha. Abraço. Saulo Vinhal. Analista Processual da PRT/10.

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  2. Com certeza não se pode viver sem alimentar-se de nenhuma esperança, isso seria a morte em vida.
    A luta traz sempre a nobreza implícita das ações reivindicadoras. O rio corre sempre em uma única direção, até o seu ponto final.
    Quando se é decidido à jornada segue firme; e a cada passo dado existe sempre uma probabilidade de êxito.
    Deve-se cristalizar a imagem do cidadão omisso, e ressaltar o papel do cidadão atuante.
    Boa sorte nessa Luta.
    SOLAR

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