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terça-feira, 10 de maio de 2011

À greve se preciso for!


Imagem via google/Imagens

Nos últimos dias, na verdade na útimas semanas, temos testemunhado alguns movimentos de servidores públicos buscando valorização e melhores condições de trabalho. Por aqui, entre nós, os casos mais notáveis foram os profissionais da educação e os Policiais Militares.

Por todos os cantos, nas casas, nos bares ou no twitter, até a madrugada pós dias das mães, o assunto principal era a greve da PM, a sensação de insegurança gerada em todos nós. Porém, pouco se discutiu a origem do problema, que passa pela dificuldade que há no estabelecimento do diálogo entre servidores e adminostração pública. É necessário lembrar que, diferentemente da iniciativa privada, no serviço público não há data base ou dissídio coletivo, instrumentos que fortalecem a luta dos trabalhadores.

No serviço público os trabalhadores estão sujeitos, permanentemente, aos humores do administrador da vez, às suas variações políticas ou mesmo politiqueiras. Além da difussão do nefasto senso comum, fomentado por aqueles que desejam um Estado mínimo e fraco, segundo o qual os servidores públicos não passam de desocupados e preguiçosos. Todo este cenário acaba por levar um processo, que deveria ser justo e tranquilo, a uma situação de conflito com radicalismos de parte a parte em que o maior prejudicado, como na iniciativa privada, não é o "gerente", no caso o administrador público, e sim o verdadeiro patrão: o povo.

Um apressado leitor poderia já estar agora com os cabelos de pé, imaginando que este escriba é contra a greve no serviço público mas, calma, é justamente o contrário. Apesar de lamentá-la sempre, afinal é um recurso extremo e de consequências sérias, reconheço e defendo que a greve é um instrumento democrático e que, na falta de disposição para diálogo e para a solução dos problemas enfrentados pelos servidores e, em regra, pela própria sociedade, deve sim ser utilizado.

Vou mais longe, digo que a greve, e também as paralisações de alerta, são instrumentos fundamentais para a defesa da sociedade, afinal, por trás da desestruturação de algumas carreiras, da desvalorização de servidores que prestam importantíssimos serviços à sociedade, podem, e em regra existem, interesses outros, nada republicanos.

E é este o ponto para qual quero chamar atenção. Preciso destacar um outro movimento que acontece hoje, aqui e em todo o Brasil.

Refiro-me ao Dia Nacional de Paralização dos Servidores do MPU. Na data de hoje, os servidores do Ministério Público da União (dentre os quais me incluo) estarão realizando um dia de paralisação. É um alerta, um movimento que quer chamar a atenção da sociedade para o que está acontecendo com os servidores daquela instituição que é portadora da mais alta confiança de nossa sociedade.

Sabemos que o Ministério Público habita as mentes e corações de nosso povo como guardião dos direitos, da sociedade, primeiro refúgio daqueles que querem justiça, que se sentem desrespeitados em seus direitos.

Porém, aquela instituição está em perigo! O Ministério Público da União está perdendo seus melhores quadros. Muitos servidores, que nem de longe tem os bons salários dos Membros (Procuradores, Promotores, etc.), mas que são o corpo e a alma do MPU, são os garantidores do movimento daquela importantíssima engrenagem; por estarem a mais de cinco anos sem reajuste e sequer conseguirem estabelecer um diálogo concreto com o Procurador Geral da República, chefe do MPU, estão fazendo outros concursos ou mesmo partindo pra iniciativa privada.

E sabe quem mais perde com tudo isto?

O conjunto da sociedade. São os trabalhadores que pouco a pouco veem o enfraquecimento do Ministério Público do Trabalho, ferenho defensor dos direitos trabalhistas e implacável no combate ao trabalho escravo; são os indígenas, os quilombolas, os consumidores, cidadãos e cidadãs que tem no MPF o defensor de seus direitos, aquele que tem atuação implacável contra o crime organizado e a corrupção; enfim, todos nós, homens e mulheres deste país para o qual é fundamental um MPU forte e atuante.

É por isto que hoje os servidores do MPU estão mobilizados, fora das salas e dos gabinetes, buscando junto à sociedade o apoio para esta luta que é de todos, exigindo do Procurador Geral que assuma seus papel, valorize os servidores e atue firmemente para evitar o sucateamento do MPU. O Brasil precisa disto!

Meu desejo maior é que todos os trabalhadore e trabalhadoras deste país seja valorizados, que os salários sejam justos e que não haja exploração. Esta é uma batalha permanente em que todos devemos atuar, todos os dias, só assim teremos realmente um Brasil de todos.

Estamos na Luta! Que venha a greve se preciso for!

4 comentários:

  1. A previsão de paralização dos servidores da Justiça do TRabalho em todo o Brasil no próximo dia 25 de maio, conforme aprovação em reunião ampliada da FENAJUFE no sábado dia 30/04 em Brasília. O Sinsjustra esteve com 3 representantes e realmente O PCS dos servidores do Judiciário Federal e MPU precisa ser aprovado! Um forte abraço!

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  2. Apenas dois comentários:
    1° As primeiras greves eram feitas como fonte de libertação da classe trabalhadora e não pq precisa ser feita por falta de diálogo com o patrão.
    2° O MPT com sua PRTs são um antro de Assédio Moral. Não podemos esquecer que em "casa de ferreiro....." não preciso dizer mais nada.

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  3. Excelente texto! Enquanto funcionária pública da classe mais desvalorizada, os professores, estou de acordo com tudo que foi dito. E acho també que a união faz a força, infelizmente, minha classe não é unida, nossas greves portanto não são levadas a sério, muito menos nosso sindicato tem credibilidade para implatar uma greve séria na atual conjuntura. Mas também acho que uma greve de professores agora é uma precipitada!

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  4. Esse é um mês de muitas datas comemorativas e como se viu de muitas reivindicações trabalhistas algumas pacificas e outras não. Um fato lamentável para a sociedade, pois essa forma de protesto não pacifica fere o princípio da paz social e a meu ver não convém utilizar - lá.
    A greve é um direito do trabalhador e sei também que é o último recurso utilizado. Isso quando falham todas as tentativas disponíveis. Por isso exerça o seu direito, vá à luta, a união faz a força, a diferença.
    E referente à sua citação... a um nefasto senso comum de que os servidores públicos não passam de preguiçosos, desocupados. Obviamente isso existe não são todos, mas a grande maioria só assina o ponto ou mesmo espera as horas passarem sem dar a devida credibilidade a seu trabalho. Assim também como existem servidores públicos exemplares que valorizam o seu trabalho e dão a esse trabalho total credibilidade.
    Infelizmente o povo é o verdadeiro patrão só no nome a hegemonia das grandes decisões não cabe ao povo e sim a seus representantes. O povo é sempre subjugado, prejudicado na atitude recriminável, teimoso e repetitivo comportamento de muitos políticos brasileiros, por estelionatários, por uma máfia de corruptos que agem individual ou coletivamente em proveito próprio.
    O povo é escravo do poder, mas, é propenso a mudanças, porque a esperança é o alimento do sonhar
    Que o povo comece a exercer os seus direitos, você trabalhador que se senti desvalorizado, injustiçado... Por que não aderir à greve fortaleça essa união, caminhe junto com seu companheiro e como já disse anteriormente não se pode caminhar sozinho.
    O Brasil de todos só é possível com a sua ajuda.
    Solar

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