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Alguém consegue imaginar algum tipo de
“modernização” no serviço público ou algum planejamento estratégico que
desconsidere a importância do fator pessoal?
Pois ontem tive certeza de algo que já
desconfiava: Para a administração do MPU, modernização e planejamento
estratégico, não tem nada a ver com valorização dos servidores, com
reestruturação das carreiras.
Vi com meus próprios olhos um representante
da administração convencendo parlamentares na Câmara e no Senado a descartarem
a proposta de emenda que viabilizaria recursos para reestruturação das
carreiras do MPU, em troca de aprovarem outra emenda que destinaria recursos à
“modernização” do MPF (planejamento estratégico, construção e ampliação de
sedes, p.e.).
Fiquei me perguntando qual o sentido de se
construir mais sedes, fazer reuniões, bancar viagens, publicar informativos...
se não houver pessoal?
O MPU tem registrado uma evasão superior a
30% de seus quadros, nesse ritmo...
Bem, pra viajar sempre acharão alguém...
Mas quem vai trabalhar nas novas sedes,
participar das reuniões, ler os informativos? De quê adianta ter estratégia se
não há quem a cumpra?
A PGR, por sua ação no Congresso Nacional,
deu um tiro no pé, no próprio e no do Estado Brasileiro. Ao abrir mão da
possibilidade de, via emenda, reconstituir a integralidade de seu próprio
orçamento, (em troca de uma migalha!) a administração superior do MPU atuou
contra o esforço que servidores e membros, a partir do sindicato e de suas
associações, respectivamente, tem feito em defesa da autonomia institucional,
jogou contra a defesa que tem sido feita da importância de um MPU forte ,
priorizou a burocracia e a vaidade de alguns membros e servidores em detrimento
do verdadeiro espírito institucional, aliou-se ao Governo, que tem sido seu
algoz em relação a autonomia orçamentária e a política de pessoal, em troca de
pequenos “favores” orçamentários.
A administração do MPU trabalhou contra o
Brasil, pois ajudou na tática de sucateamento do órgão. Deu-me náuseas ao ver
um certo representante da PGR com um sorriso de canto de boca comemorando aquela
“vitória”.
Foi um dia triste, tanto mais porque vi um
parlamento de joelhos negando a própria independência ao acatar, sem sequer discutir,
as ordens do Executivo. Os deputados e senadores que compõem as CCJ’s
(Comissões de Constituição e Justiça) do Congresso Nacional simplesmente
ignoraram os compromissos que muitos deles assumiram com os servidores do MPU e
com o povo brasileiro de quem devem ser representantes e esconderam-se, salvo
raríssimas exceções, sequer comparecendo às sessões que definiram as emendas de
cada uma das comissões.
A patética cena da sessão da CCJC do Senado
com a presença tão somente do presidente da comissão e do relator da resolução
que indicou as emendas daquele colegiado, falando para um amontoado de
assessores (inclusive da PGR) num simulacro de apreciação, fez rondar-me uma
imensa descrença na própria democracia brasileira...
Porém, não me permito abater pelo revés
dessa batalha. Afasto a descrença, enxugo as lágrimas desta alma cidadã e mais
uma vez coloco-me ao lado de guerreiros e guerreiras que não desistem da luta e
que continuam buscando encontrar, também no Congresso Nacional, forças que se
aliem a nós e nos ajudem salvar o Ministério Público da União, importantíssimo
instrumento de defesa dos direitos do povo brasileiro da destruição.
Para que a injustiça não prevaleça,
continuaremos na luta!